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O que leva as pessoas a usar drogas

A maioria das pessoas acredita que as respostas para esta pergunta são: influência de amigos, curiosidade e problemas. Aparentemente, estas respostas atendem à pergunta, mas ao fazer uma análise mais profunda, percebe-se que existe algo ainda sem resposta:

a) Influência de amigos: Todas as pessoas, de alguma forma, possuem amigos e familiares que usam drogas, nem por isso, todos estão usando drogas. Existe algo diferente no indivíduo que o impede de receber esta influência negativa. O que será? Justificar o uso de drogas por influência de amigos não está totalmente correto.

b) Curiosidade: É característica do ser humano a curiosidade. É por causa dela que o homem evolui e se adapta às circunstâncias adversas e consegue sempre descobrir coisas novas. Se apenas a curiosidade explicasse o uso de drogas pelo homem, todos os homens deveriam usar drogas, coisa que não ocorre.

c) Problemas: Quem não os tem? Se problema levasse alguém a usar drogas, todos os homens estariam usando. Porque algumas pessoas passam por dificuldades financeiras, enfermidades, perdas de entes queridos, decepções e sofrimentos diversos e não enveredaram para o mundo das drogas?

Na verdade, esses três fatores são utilizados como uma desculpa, como justificativas sem fundamento para o uso de drogas. Porém, ao chegar à adolescência, inicia-se um grande conflito entre pais e filhos, criando uma lacuna de frustrações, decepções e desentendimentos. O jovem busca a sua independência, enquanto os pais insistem num controle sistemático, autoritário e muitas vezes arrogante e prepotente.

Renato Russo em sua música "Pais e Filhos" revela este conflito de gerações de forma poética e ainda coloca a solução para este conflito: "É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar pra pensar, na verdade não há". 

Não existe o amanhã! Porque então se dá muito valor as coisas do passado e as coisas do futuro e não se dá o valor ao momento presente que é a única coisa certa que nós temos? Precisamos valorizar a nossa vida, a nossa saúde, os nossos colegas, e principalmente, os nossos pais e a nossa família.

O Renato Russo continua: "Você me diz que seus pais não lhe entendem, mas você não entende seus pais, você culpa seus pais por tudo, isso é absurdo, são crianças como você, o que você vai ser quando você crescer". O jovem deve se esforçar para entender os seus pais, da mesma forma que os pais devem se esforçar para entender seus filhos. Eles são parceiros de uma viagem. Amam-se mutuamente e tem que aprender a ser felizes juntos.

Segundo Freud, o ser humano é o ser da falta. Por causa disso, somos seres do desejo. Durante toda a nossa vida vamos à busca de objetos psíquicos que possuem a função de "tampar" esta falta. Quando o sujeito consegue introjetar no seu interior objetos psíquicos eficazes, como os valores da família, da escola, da igreja e do trabalho, ele não sente a necessidade de buscar novas experiências. A droga, portanto, é apenas mais um objeto psíquico extremamente eficaz para preencher esta falta no curto prazo. Porém, a longo prazo, ao sair do corpo e da mente do seu usuário, a falta marca novamente sua presença. O desejo compulsivo pelo objeto droga tem esta finalidade: tampar a falta que ele não consegue suprir com nenhum outro objeto psíquico.

John Lennon usa outras, palavras para dizer a mesma coisa: "Jovem, não busque a felicidade no dinheiro, no sexo e nas drogas, pois eu estive em todos estes lugares e só fui encontrá-Ia quando procurei dentro de mim mesmo." E eu acrescento: "Por ser espírito, nada material preenche o vazio do coração do homem, nem mesmo as drogas."

Portanto, a saída é buscar um poder superior e lutar por conquistas materiais e pessoais, tomando consciência de que elas são passageiras, nunca definitivas.

 
  Cláudio Martins Nogueira
Psicólogo Clínico, Especializado em dependência química, e Supervisor Terapêutico da Família de Caná

Artigo publicado em 16/02/2013


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